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Prontuário Eletrônico: São todos iguais?



Dentre os setores estratégicos para o desenvolvimento da sociedade, enfim, a Saúde começa a se beneficiar da Tecnologia da Informação.

Os médicos são apontados, em pesquisas e fornecedores de TIC, por terem resistido à adoção tecnológica. Tal afirmativa tem um aspecto um tanto antagônico uma vez que são nas clínicas e hospitais que se encontram equipamentos de altíssima tecnologia e grande investimento. Também a adoção de novas drogas - que depende fundamentalmente da classe médica - representa um forte movimento de P&D e adoção tecnológica de alto impacto. Sendo assim, como dizer que médicos são avessos à tecnologia? Não se pode afirmar isso.

Todavia se observa que o uso, por exemplo, de Prontuários Eletrônicos do Paciente (PEP) é um fato novo na maioria dos países do mundo. No mercado norte americano - tido como vanguardista e early adopter - o uso se acentuou recentemente, quando passou de menos de 15% de adoção em 2012 para contemplar 83% dos médicos utilizando algum tipo de prontuário.


Desta maneira, talvez a colocação mais correta é que os médicos não são resistentes às novas tecnologias, mas que não as adotam sem que percebam benefícios claros para a prática médica e seus pacientes. Nesse mesmo estudo foi identificado que as opiniões são divididas quanto ao real benefício de um prontuário eletrônico, ou EHR (Electronic Health Record).


Nessa consolidação, há um grupo maior de médicos nos EUA que acredita que há piora no serviço e na relação estabelecida com os pacientes. A indústria da tecnologia da informação deveria, portanto, redobrar a atenção sobre as maneiras de facilitar os registros e não interferir no elo de confiança que se estabelece com os pacientes.


Há um avanço considerável - de maneira geral - no que se chama de Experiência de Uso (UX - User Experience) de um software, mas mesmo os EHRs que são líderes e referências no mercado americano e mundial têm muitas críticas. Parece uma incoerência que a indústria de jogos eletrônicos tenha se sofisticado para levar entretenimento de alta qualidade, com interfaces funcionais e design aprimorado, mas os médicos cujo tempo é valioso pela preciosidade desse recurso na cadeia do Sistema de Saúde, tenham que se contentar com prontuários lentos, telas confusas, informações essenciais escondidas por detrás de inúmeros cliques.


Então, sob a luz de todos os dados, é possível compreender a visão dos médicos. Mesmo as marcas mais valiosas de empresas respeitadas e que têm uma missão idêntica ao benefício e respeito ao ser humano - sejam pacientes ou profissionais de Saúde - obtiveram avaliação apenas regular.